sexta-feira, setembro 15, 2006

Um afundamento célebre da emergência pré-hospitalar…

Em plena época critica, no que se refere aos incêndios florestais, é comum cair no esquecimento a emergência pré-hospitalar que afinal de contas é o peso maior dos serviços dos Bombeiros de Portugal.
Apetece-me, então, em tom de desafogo expor por escrito algumas das minhas ideias e visões pouco animadoras.
Nos últimos anos, muito esforço tem sido aplicado no sentido de melhorar a qualidade de serviços pré-hospitalares prestados pelos bombeiros, um esforço tripartido pelos próprios bombeiros, pelo comando dos Corpos de Bombeiros e claro pela ENB.

Por parte dos bombeiros, denota-se mais uma vez (como não poderia deixar de ser) um prestigioso esforço dedicado à nobre causa que é defendida.
Os comandos de igual forma, fazem cumprir rigorosamente todos os protocolos e procedimentos adequadamente. Finalmente a Escola Nacional de Bombeiros que notoriamente se tem empenhado em garantir directamente o apoio técnico formativo a todos os Bombeiros de Portugal.

Até aqui, tudo bem, penso que embora lentamente começamos a entrar no bom caminho. O que ainda me irrita fortemente é o facto de os bombeiros continuarem a tapar todas as lacunas existentes por parte do INEM, que tenta transmitir imagens fictícias através de joguinhos de markting, deixando no ar uma ilusão falsa para nós profissionais, mas enganosa para quem desconhece o seu funcionamento, a população em geral.
Quando é que os Bombeiros de Portugal abrem os olhos, para bem da população, e deixam de suportar esta fachada que se diz “grandiosa”?
Para quando o cumprimento das promessas de entrega das ambulâncias do INEM?

Enfim, tantas e tantas perguntas que neste momento me surgem sem resposta… Porquê que o INEM não se preocupa com o alargamento de viaturas médicas pelas áreas mais isoladas do interior visto que as que têm se mostram muitas vezes insuficientes?
Haverá mais falta de ambulâncias do que viaturas médicas?
Com o fecho de muitos SAP, grande parte da população do Pais fica a mais de uma hora do Hospital, logo não vai chegar em muitas situações atempadamente ao serviço de urgência…

Quem é que já pensou nisto? Porquê que se continua em Portugal com a criação de quintas? Porquê que a quinta do tio Zé tem que ser melhor que a do tio Alberto?
É a velha teoria, cada macaco no seu galho…
Deixem-se de mariquices, preocupem-se mais com a qualidade e dignidade da população que é por ela que nós cá estamos. Claro que estas minhas palavras não vão alterar nada, no entanto já foi bom desabafar…

Cumprimentos


João Rodrigues

rodriguesjms@portugalmail.pt

retirado de: Bombeirosonline.com

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