quinta-feira, junho 08, 2006

Bombeiros sem segurança

Um estudo sobre riscos e condições de segurança dos bombeiros voluntários portugueses apresentado hoje na Lousã (Coimbra) aponta falhas na aplicação de regras básicas de segurança nalgumas corporações.

«A situação actual ao nível dos procedimentos de segurança, higiene e saúde ocupacional nas corporações de bombeiros voluntários é do tipo casuístico, voluntarista e amadorística», refere o estudo.

Intitulado «Análise e controlo de riscos profissionais nos bombeiros voluntários portugueses», o estudo foi desenvolvido por Pedro Caldeira e Brigite Vicente, docentes da Universidade Lusíada, editado em livro pelo Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (ISHST) e apresentado no Centro de Operações e Técnicas Florestais (COTF) da Lousã.

«Se efectivamente se quiser alterar o cenário que foi encontrado nesta investigação, então a protecção da saúde e da vida dos homens e mulheres que intervêm em cenários de crise e de emergência tem que ser totalmente profissional», lê-se nas conclusões.

Esta profissionalização permitirá, segundo os autores, «que as operações de socorro e salvamento se tornem mais eficazes e mais eficientes, sem colocar em risco desnecessariamente a saúde e a vida dos interventores».

«A preparação do bombeiro para todas as eventualidades exige um nível a crescido de sofisticação na sua formação, especialmente naquilo que diz respeito à formação em segurança», sublinham.

Nas corporações de bombeiros voluntários, defende o estudo, a formação em segurança «deve ser alargada a todos os quadros de pessoal que intervenham, a qualquer nível, em acções de socorro e salvamento».

A investigação de Pedro Caldeira e Brigite Vicente abrangeu 20 corporações portuguesas, tendo em vista fazer um levantamento das suas políticas e das s uas práticas em segurança, higienee saúde no trabalho.

À hora em que a publicação do ISHST era apresentada, no âmbito de um seminário sobre «A segurança na floresta», promovido pela Federação dos Produtores Florestais de Portugal, decorria uma visita do ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, ao pólo local da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), que dista escassas centenas de metros do COTF.

«É fundamental investir na formação dos bombeiros», disse António Costa , que estava acompanhado do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e director da ENB, Duarte Caldeira.

Ao enaltecer o papel da ENB na formação de um número crescente de bombeiros, o ministro frisou que os voluntários «são voluntários por opção, mas devem ser profissionais na acção».


Nota: Portugal Diário


(Nada de novo, mas pode ser que abra os olhos a muita gente!)